Vencer a RCA esta quarta-feira, no arranque da campanha qualificativa ao Campeonato Africano (CAN´2023) parecia uma questão de tempo, mas um golo de Samuel, aos 31 minutos, colocou dúvidas aos propósitos de Angola.

Perante cerca de três mil espectadores no estádio 11 de Novembro, em Luanda, foi preciso resiliência por parte da Selecção Nacional para destampar as fragilidades de um conjunto que acabou sucumbindo ao maior poder desportivo dos anfitriões.

Neste confronto do grupo E, o terceiro entre os contendores (4-1 para Angola e 1-3 para a RCA), Angola entrou pressionante com cinco atletas de características ofensivas a importunarem o adversário a partir do seu meio-campo.

A estratégia do técnico nacional, Pedro Gonçalves, de marcar nos minutos iniciais não resultou. Gelson Dala e Ary Papel pelas alas, acompanhados por Fredy, Yano e Hélder Costa estiveram sempre no quase ao longo dos primeiros 45 minutos.

Em menos de 20´, os angolanos fartaram-se de falhar, sendo o mais flagrante o remate ao poste transversal da baliza a guarda de Kolimba. Gaspar, defesa central do Sagrada Esperança, até rematou forte e colocado, mas a bola embateu no ferro.

Antes, Gelson Dala e Ary Papel, alternando as posições entre a esquerda e a direita causaram arrepios ao banco de suplentes e nas bancadas do estádio, além de Hélder Costa, que, aos 20´ surgiu na ala e cruzou para o remate de Ary, no entanto, antecipado pelo guarda-redes contrário.

Um lance esporádico de contra-ataque, aliás, como foi pautado o jogo dos centro-africanos, resultou em golo aos 32´, por intermédio de Samuel.

O atacante beneficiou de um cruzamento feito em posição irregular para marcar, num lance que aparece completamente sozinho, enquanto os defensores angolanos esperavam por uma sinalética do árbitro moçambicano, Celso Alvação, que surgiu apenas para validar a jogada.

A perder inesperadamente, os donos da casa acusaram o golo e baixaram as linhas. As acções ofensivas já não obedeciam o sincronismo inicial, enquanto os forasteiros galvanizaram-se chegando ao intervalo com a vantagem mínima.

O reatamento foi uma cópia da etapa inicial. Angola entrou fazendo pressão, mas desta vez as acções resultaram em dois golos, que podiam ter sido três se o capitão Fredy não falhasse a grande penalidade aos 58´, a castigar falta sobre o irrequieto Ary Papel.

Antes desta flagrante oportunidade de igualar a partida a uma bola, Angola esteve por diversas vezes à beira do golo perante a um adversário totalmente remetido ao sector defensivo.

Na orquestra, outra vez Gelson Dala e Ary Papel, como que a recordar a dupla quando ao serviço do 1º de Agosto, faziam por merecer melhor, mas foi o recem entrado Mbala Nzola a quebrar o enguiço aos 73´, com golo de cabeça, tecnicamente executado de cima para baixo, após cruzamento de Hélder Costa.

O atacante do Troyes de França entrou aos 64′ e precisou apenas de 9´ para igualar a contenda e devolver a esperança de triunfo tão necessário neste início de campanha, visando o objectivo de voltar ao CAN, depois da última presença em 2019, no Egipto.

Com o orgulho recuperado, Angola galvanizou-se de tal maneira que se esperava outro, ou outros golos, apesar de o oponente ter construído uma barreira defensiva que parecia intransponível até Gelson Dala resolver.

O dianteiro do Al-Wakrah SC do Qatar protagonizou a sua jogada individual preferida. Recepcionou o esférico, flectiu para o interior da quadra e rematou cruzado, sem hipótese de defesa do guarda-redes Kolimba, para o 2-1, aos 75´.

Depois disto, viu-se uma Angola em busca a todo custo de alargar a vantagem e uma RCA a defender-se como podia para igualar ou manter a derrota mínima.

O próximo compromisso do combinado nacional será já no domingo, em Antananarivo, diante do Madagáscar, para a segunda ronda da competição qualificativa ao CAN na Cotê d’Ivoire, augurando-se um triunfo fora de portas que não seja tão sofrido assim (…).

Fonte:Angop