A má preparação para disputar o grupo F de apuramento ao Campeonato do Mundo de 2022, no Qatar, foi hoje, em Luanda, apontada como a causa da dupla derrota consentida pela selecção angolana de futebol diante do Egipto e Líbia, ambas, por 0-1, segundo o antigo jogador Fabrice Alcebiades Maieco “Akwá”.
De acordo com o ex-avançado, que reagia à ANGOP, sobre o novo desaire de terça-feira, no estádio 11 de Novembro, na capital do país, para segunda jornada, ante os líbios, o facto da Federação Angolana de Futebol (FAF) antecipar o “grito de socorro”de falta de dinheiro para preparação e o estágio da equipa, compromete a condição emocional dos convocados para o duplo compromisso.
Acrescentou que o percurso começou desenhar-se negativamente antes, não obstante os jogadores terem dado tudo em campo para vencer as partidas. A chegada tardia ao Cairo, que aconteceu dois dias antes do jogo com os egípcios, na última quinta-feira, e o desembarque três dias em Luanda, para defrontar os líbios na passada terça-feira, elevaram a pressão do grupo.
Na sua visão, quando se começa a fazer as coisas em cima do tempo, aquilo que deveria ser feito de maneira natural, passa a ser realizado sob pressão, pelo que a culpa deve ser atribuída a direcção da FAF, que coordenou mal as duas partidas.
No capítulo desportivo, o antigo “goleador mor” dos Palancas Negras salientou a importância da selecção encarar os adversários de igual para igual, independente do ranking ou histórico, no sentido de evitar surpresas dentro do campo, como averbada na terça-feira, no 11 de Novembro.
O ex-capitão advertiu ser indispensável uma melhor análise ao processo de convocatória, para evitar possíveis ausências de convocados, entre os quais de posições que podem ser ocupadas e bem por atletas que se destacam no campeonato interno (Girabola).
O autor de 38 golos da selecção nacional, defendeu a recurso à diáspora somente em posições que se justifiquem, sobretudo nesta fase que reclama-se falta de dinheiro.
“Em função deste resultado, fica complicado o sonho de se qualificar pela segunda vez para o mundial de futebol, depois de 2006, na Alemanha. A menos que os Palancas Negras vençam todos jogos (4) e aguarde pelo deslize da líder Líbia, com 6 pontos e do segundo colocado Egipto, com 4 pts, em todos jogos da volta seguinte, o que é difícil de se concretizar”, frisou.
Por sua vez, o analista para o futebol, Luís Cazengue, disse ter havido mérito do rival, na medida em que este conseguiu concretizar na sua única oportunidade, o que não aconteceu com o conjunto angolano que teve mais de 10 ocasiões eminentes.
O também ex-futebolista defendeu a necessidade de se procurar atletas com qualidades para reforçar e ajudar Angola a ter bons resultados em África e no mundo.
Fonte: Angop